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quarta-feira, 7 de março de 2007

E DEPOIS DO ADEUS

A RTP faz hoje 50 anos. Quer se queira ou não, quer se goste ou nem por isso a televisão é parte integrante da(s) geração(ões) dos séculos XX e XXI.

Quando eu era pequena, e sempre que se falava em RTP, um dos principais programas/espéctaculos que nos vinha à cabeça era o Festival Eurovisão da Canção.

Das músicas dos anos 60 e 70 lembro-me de muitas e muitas delas poderiam ser quase que um hino à televisão. Mas recordo apenas uma porque é das minhas preferidas e porque tendo-se apresentado em Março de 1974 no Festival RTP da canção, e ganho, seria depois uma das "senhas" para a Revolução dos Cravos no dia 25 do mês seguinte.


E depois do Adeus - Paulo de Carvalho
(Letra: José Niza e Música: José Calvário





Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.

Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder

Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci

E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor que aprendi
De novo vieste em flor
Te desfolhei...

E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós

1974... Não, não vou perguntar onde estavam no 25 de Abril como Baptista Bastos mas seria engraçado recordarem-se da RTP. É uma Institutição, não é verdade? E 50 é uma vida, bem cheia por sinal!


Entrem na onda
Neusa

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu sou mais velha do que a RTP, arre porra!!!! Em vez de ficar chatiada acho muito giro, pois passei por coisas boas, muito boas, más, muito más, deliciosas, amargas e lembro-me de todas as músicas e letras de que tu falas.

Chorei no programa dos 50 anos, porque sou velha, sentimental, e porque passei por tudo aquilo. Os anúncios, o preto e branco, os festivais da canção portugueses (que agora não consigo nem ver nem ouvir), os programas de humor, a hora de ir para a cama, etc, etc.

A RTP foi sempre porta voz do regime salazarista, mas era a única que tínhamos e a concorrência é muito saudável, fez-lhe bem.

Podia ainda ser melhor, os programas podiam começar à hora marcada (não é difícil, pois conseguem fazê-lo com o futebol e o telejornal) mas a nossa falta de pontualidade é uma imagem de marca, negativa claro.

De qualquer maneira, parabéns RTP.

Cota50